A produção de vinhos no Douro remonta a mais de 2.000 anos, mas foi a partir do século XVIII que esta deslumbrante região passou a ser inextricavelmente ligada ao Vinho do Porto nos mercados internacionais. A riqueza das castas autóctones e das vinhas velhas do Douro – e seu potencial para vinhos secos de alta qualidade – foi, durante algum tempo, pouco conhecida.
Em 2003, cinco destemidos produtores decidiram mudar isso, unindo-se para mostrar no palco internacional não apenas os seus Vinhos do Porto premium, mas também vinhos secos. Nas duas décadas seguintes, dedicaram-se incansavelmente a destacar o potencial de todos os seus vinhos e da região, cujas encostas íngremes acompanham o Rio Douro, consolidando a sua presença no mapa mundial do vinho.
Sob a sua insígnia coletiva, este grupo restaurou o lugar proeminente dos vinhos do Douro e construiu o seu sucesso organizando inúmeros seminários e provas em vários pontos do mundo (e até um ou dois leilões especiais!). Além disso, promoveu o reconhecimento da notável qualidade e caráter dos vinhos do Douro, atraindo algumas das figuras mais influentes do mundo do vinho à sua região, classificada como Património Mundial pela “UNESCO.”
Tal como a vinificação no Douro evoluiu, preservando práticas tradicionais e cultura regional, de que são exemplo a colheita manual e a pisa a pé, a aliança dos Douro Boys também amadureceu, mantendo-se fiel à sua essência.
Atualmente, as quatro empresas – Quinta do Vallado, Niepoort, Quinta do Crasto e Quinta do Vale Meão – continuam nas mãos das mesmas famílias, algumas delas descendentes diretas dos pioneiros do Douro. No entanto, a nova geração de ‘rapazes’ (e também de raparigas) começa a assumir a liderança, com o objetivo de traçar um novo e empolgante percurso que valorize a profundidade e a beleza dos vinhos do Douro. Esteja atento neste espaço!
Os Douro Boys gostam de pensar em si mesmos como uma ‘cuvée perfeita’, mas cada propriedade tem sua própria personalidade distinta:
A Quinta do Vallado é uma das Quintas mais conhecidas de Portugal, produzindo vinhos de alta qualidade e recebendo milhares de visitantes todos os anos nos seus dois hotéis deslumbrantes no meio do Vale do Douro. Os primos João Ferreira Álvares Ribeiro e Francisco Ferreira, descendentes de sexta geração de Dona Antónia A. Ferreira, atualmente dirigem o negócio, enquanto João Roquette, filho de João Ferreira Álvares Ribeiro, desempenha também um papel ativo.
A Quinta do Vale Meão, uma propriedade de 300 hectares no Douro Superior, foi fundada em 1877 por Dona Antónia A. Ferreira e permanece integralmente nas mãos dos seus descendentes. A propriedade da Quinta foi concentrada por Francisco J. de Olazabal no seu ramo familiar em 1994. Em 1999, ele e seu filho Francisco mudaram o foco para a produção e comercialização de vinhos através da F. Olazabal Filhos. Hoje, Francisco e seus irmãos Luísa e Jaime administram a empresa, movidos pela mesma paixão pelo vinho.
A Quinta do Crasto, localizada a meio caminho entre Régua e Pinhão, está nas mãos competentes dos animados irmãos Tómas e Miguel Roquette, enquanto seu pai Jorge acompanha orgulhosamente a evolução empresa familiar. Os seus vinhos são brilhantes representações das castas e do terroir. Os visitantes podem testemunhar a atmosfera de perto visitando a Quinta e explorando várias opções de enoturismo. (Se você visitar, não se esqueça de conferir nossas dicas para sua viagem.)
A Niepoort é liderada por Dirk van der Niepoort, a quinta geração à frente da renomada empresa familiar, e seu filho mais velho, Daniel. A Niepoort tem sido uma força motriz por trás do desenvolvimento do Vale do Douro nas últimas décadas, e suas inovações inspiraram muitos outros a produzir Vinho do Porto e vinhos de mesa premium com sua própria assinatura.